quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sem rosto




A gente faz companhia um pro outro, passando tardes e tardes rindo com frases que temos a oportunidade de usar, as mãos a dedilhar, digita aqui, digita ali, deixa o trabalho de lado, deixa a irmã pequena pra lá, esquece o café frio, deixa a torrada queimar, mãos congeladas no caxicol a me enrolar e no lenço o nariz assoar, no outro lado em baixo das cobertas, mesmo assim, do frio a gente esquece e insiste em ficar, mesmo depois do horário do almoço acabar.
Me aquece por pensamento e faz sorrir com leitura de palavras, é esse o nosso jeito de quando longe não nos separar, nos teclados a dedilhar.
Na falta de assunto, mostramos uma nova canção, relembra uma conversa passada, sente que a dor de cabeça ainda não passou, a garganta a doer, os cabelos a enrolar, o celular tocar, o telefone atender, mas as mãos sempre ali a responder.
Quantas pessoas lhe fazem se sentir raro, especial? Imagine isso agora somente com frases escritas pela tela da internet.
A gente conhece tudo um do outro, pessoalmente não sei nada do seu rosto, pois nunca a vi, mas já sei como é o seu olhar.


E ainda dizem que a aparência importa...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Por acaso




Sabe acho que nada deve ser por acaso, Guandy disse que o que quer que você faça em sua vida vai ser insignificante, mas é muito importante que você as faça, porque ninguém mais vai fazer por você, eu tenho certeza da primeira parte.
Todas as coisas e objetos podem sim vir até você por acaso, apenas “atração”,mas, as pessoas não, com certeza não, ninguém encontra ninguém por acaso, se merece ou se atrai estar junto por algum motivo, motivo pelo qual não é preciso explicar.
Talvez se meus pais tivessem tido outro filho, ele não os ajudaria naquele momento difícil que passou, se eu não tivesse dado aquela rosa a aquela garota que significou muito para ambos, outro namorado não faria o mesmo, se eu não estivesse estendido a mão a aquele amigo naquele dia ele perderia o emprego... eu estive lá, eu precisava estar lá, do contrario talvez com outro não haveria aquele sorriso, aquele abraço...
Tantos cenários inusitados, aquela viajem onde encontrei uma amiga que hoje compartilha até seu café comigo, aquela foto que me garantiu um oi, que partiu pra uma companhia de tardes de trabalho, aquela festa junina onde com 16 anos tive a primeira namorada que eu dizia ser a mulher da minha vida, aquela noite que a conheceu que nunca vai esquecer, aquele show, aquela lanchonete, aquela pagina da internet...
Algo tão insignificante que se você voltar atrás vera que se algo for movido do lugar, tudo iria mudar...
Hoje entendo até os motivos por ter trocado os tênis coloridos pelos sapatos pretos, a blusa preta de capus pela camisa manga longa xadrez.
Todas as coisas e objetos podem sim vir até você por acaso, mas, as pessoas não, com certeza não, ninguém encontra ninguém por acaso, se merece ou se atrai estar junto por algum motivo. Não é preciso entender, é preciso fazer, o momento é ou foi seu, eu mereci estar lá, por mais que hoje eu ainda possa mudar, talvez.
Vá embora, mas, nunca diga adeus.