terça-feira, 17 de julho de 2012

E se conseguir mentir pra si mesma


  

  Estivemos perto de mais, por tempo de mais, ocasionalmente de mais, pra acreditar em ironias de destino, não escolhemos e nem desejamos conscientemente nossos encontros, evitaríamos se recebêssemos qualquer notícia sobre um do outro.
Tentamos tantas vezes excluir nossas histórias de nosso passado juntos, evitamos qualquer tipo de lembrança, qualquer rabisco de desenho ou disco quebrado da estante que substituiu por poeira nossos porta-retratos. Acabou que, desconfortáveis com a ilusão da rotina, atraímos com repulsa, mais um confuso encontro, encontro esse que serviu de certeza pra tu decidir com convicção, se basear na mentira de que resistiremos, a ponto de nunca mais nos aproximarmos o suficiente pra que lábios se toquem, nunca mais se conformaria com as desculpas ou erros da única pessoa que se poderia acreditar nas palavras, que sem provas, soavam com a mais pura sinceridade e confiança, agora baseadas em lembranças danificadas pelo tempo. Mentindo visivelmente pra si mesma foi capaz de se despedir, querendo acreditar que não nos veríamos mais, tive por alguns segundo vontade de rir sugando a ironia desacreditada de um destino que provoco e acredito não existir.
  Das poucas palavras que entendi discordei, ignorante pra chuva minha atenção desviei, enquanto ela procurava relembrar os erros que cometi, pois, nada daquilo me importava, do contrario eu não devia estar ali, nunca disse que dela eu desisti.
  Pra quem concorda que uma segunda chance já é demais, é torturante pedir perdão e insistir atenção na historia que eu queria contar, se eu disse-se que não sabia o que era amor não bastaria, pois agora que sinto, descobri que não ha palavras que se possa utilizar pra provar.

sábado, 23 de junho de 2012

Final de junho





  Nas vezes que eu te vi, tu o tempo todo sorria, tava sempre com companhia, sempre com um copo em mãos, bem vestida, lembro que tu dizia gostar da minha gola rasgada, do chapéu... tava lá eu sempre na sacada, tentando adivinhar que roupa tu usava, antes de sairmos pra jantar ou apenas sentar num bar; continuo aqui, como um perfeito idiota a relembrar, enquanto fico a te espiar, vigiar, acho que nem vim pelo show, apenas queria te ver, te cuidar, um pouco mais.
  Ouço risos, afinal, um tanto estranho, num ambiente como este, trazer qualquer tipo de presente. Mandei mensagem no teu celular, vim de longe esperando tu me responder, por ironia a bateria da sinal de que vai acabar.
  Tu nem suspeita, além do cartão também tenho um desenho, esboço molhado, choveu o dia inteiro, tão cafona... elas vão dizer, mas, eu sei o que tu quer, mesmo sem querer.
  Talvez elas tenham razão, eu seja apenas um garoto... um garoto com uma rosa na mão.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A promessa



  Não vou impedir as festas, as doses que o garçom traz na tua mesa, não vou impedir a falsidade dos teus amigos, a ignorância dos teus pais, não vou impedir que tu fique noites em insônia, te lembrar de por cadeado no portão, não vou impedir a solidão do teu jantar ou da tua sacada que nem vai mais abrir quando o inverno chegar, não vou impedir que tu acredite nas promessas de um guri qualquer, talvez tu vai pensar que ainda pode se apaixonar, não vou impedir nada disso.
  Perdi a noção do tempo e espaço, seguindo teus paços, andando nos estilhaços, pisando nas tuas garrafas vazias, e quando em coma alcoólico, no leito do hospital tu precisar repousar, eu vou me sentar ao teu lado, passar a noite em claro, cochichando no teu ouvido: - Não importa onde você vá, o quanto vai caminhar, tu não vai se livrar de mim.

terça-feira, 17 de abril de 2012

SALVE




-O que eu vou mudar?
-No mundo, na sociedade ou ao meu redor...?
-O que eu vou mudar?
Talvez nada; não faço nada por nada, mas, posso fazer por aquele olhar.
É injusto ficar enjaulado, trancafiado, ter a liberdade privatizada, pois é, mas, mais injusto é passar fome e por causa da coleira ser impedido de ao menos se alimentar por si só; injusto sentir sede por dias, injusto estar sujo e com somente a língua tentar se limpar, enfrentar a chuva e não ter teto, se enrolar no inverno... sentindo dor não conseguindo falar.
Injusto, mas, eu posso... eu posso ir até a torneira e com água no seu pote voltar, posso, no mínimo, com algumas sobras de comida tua fome saciar, te soltar as vezes pra uma ou duas voltas no pátio tu correr ou brincar, enquanto eu vou no Google pesquisar se tua urina mata plantas ou “postes”, talvez com criatividade, um calo na mão, ou até uma caixa de papelão um teto pra ti arranjar, pediria de mais uma mangueira e um sabonete?...
-Eles, realmente, não precisam de muito.
Sentem muito, por muito sentir.


Tudo ao teu redor ta em constante mutação, pare, pense, faça. Tu pode sim mudar algo. ANIMAIS SÃO AMIGOS. SALVE VIDAS.

Ou esqueça... apenas dirija, vá ao trabalho, volte com seu carro e senta a bunda na cadeira, abre uma cerveja, que a REALIDADE vai passa agora, às 20 horas no Jornal Nacional.

sábado, 24 de março de 2012

O cego teimoso




Que horas são?
Meus olhos ardem...
Vermelhos.
Os pés inquietos
E essas mãos tremulas?
Vou me sentar aqui.
Ela disse que gostava do meu sorriso torto
Da minha barba áspera
Do jeito como eu mecho com a pulseira marrom no pulso direito; (risos)
Nem eu sabia disso...
Das minhas mãos sobre as pernas cruzadas;
A sobrancelha torta
Barbaridade cara;
Eu fui capaz de ouvir seus olhos sussurrarem nos meus ouvidos frases completas.
Quantas vezes eu me perguntei... quantas vezes.
Eu amo o jeito que ela me olha.
Olhava.
Vou tomar água...
Uma cena nítida é repetida:
Um coração batendo
Uma faca perfura lentamente com giros em 360º
Navalhas executam pequenos cortes
365 dias no ciclo inicial do processo
Com a mesma navalha;
(risos)
Uma dor sentimental traduzida em palavras?
Maldita hora para um “wish you a here”
É uma vitrola mental.
Onde ta o pause?
Eu me recordo tão bem...
E se eu pudece começar de novo?
A alguns km daqui...
Na minha mente, eu te manipulo
Teu sorriso me pertence, só a mim.
Te disse que eu era egoísta.
Quando você disse que me amava...
Vou me deitar;
01: 47 am.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

17 de fevereiro




Primeiro minuto de 17 de fevereiro de 2012, o celular toca, ouço o sussurrar de uma voz delicada da qual não consegui identificar, nem entender quais palavras ali eram ditas, mas, senti como se alguém ali estava comigo querer algo comemorar, como uma tempestade inesperada a alegria bateu contra meu peito, por alguns segundos... No segundo minuto como num pause de fita tape, não ouvi voz, sussurro algum; senti a presença de ninguém. No ultimo soprar de vento encharcando meu peito agora, estranhamente uma intensa sensação de vazio. Acordei, chequei com esperança o celular. Não havia nada... - Que sonho estranho/comentei; quis disfarçar; meus olhos durante a noite passada não consegui fechar.
Sentado na minha cama de silencio, eu que guardo tudo pra mim, agora, fraco o suficiente pra deixar esse texto sair, estas palavras são uma só gota da tempestade que acabei de enfrentar, agora tenho muito a reparar.
Boa noite.

- Quem falou comigo em 1993?...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não escrevo mais...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Na noite passada




Na memória as imagens estáticas
Crescem com o orgulho que molda as mascaras
Que quando caem fazem olhos relembrar
Nas noites, lapsos seu sono espantar
Mas, permitem ar puro respirar
Sem sufocar...
Pude ver a vida como um livro aberto
Tentei ler algumas páginas
Quando a maioria estava manchada por lagrimas.
Na memória as imagens estáticas
Criaram asas
Nunca pretendendo voar.
Julho de 2008
A idéia era sabotar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Nessa vida também




Tantos lapsos diários
Trazem-me agora até aqui relatos contrários
Imagens traduzidas em palavras
Como o mais velho novo filme a rodar
Com o mais belo sorriso que me faz lembrar
A garota da lanchonete não mais me olhou
Aquele café manchou
O tempo ainda não limpou
Teu olhar ciumento ficou gravado
No meu branco moletom
Entristece-me
Pois, tudo o que restou são lembranças
Onde foram parar as alianças
Que naquele dia eu queria por em tua mão?
Entristece-me
O tempo passou
De mim ele te afastou
Apagou meu nome do teu coração
Com toda certeza escrevo
A rodoviária confirma
Teu olho naquele dia me reconheceu
Mas, tua mente me esqueceu
Não lembro de nenhum ponto final,
Nenhum adeus,
Um ultimo beijo...
Fico pensando que tipo de pessoa eu fui
pra que hoje não tenha nenhuma memória
sobre nossa história.
O tempo passou
De mim ele te afastou
Tão fixo nosso laço
Aqui do lado ele te deixou
“To indo te buscar”.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mesmo que mude




  To tentando não acreditar, nem pensar, que não pra tudo ser tão normal. Tenho muito a concertar, já se passou muito tempo e não vi nada ao meu redor mudar.
  Nas minhas noites acordado reconheci tudo o que perdi. Na obrigação de aceitar reconheci que tudo o que eu queria era voltar... nessas horas acordado eu realmente acordei, to arrumando minhas malas, to indo a estação de trem.
  As forças que compreendem tudo o que eu já tive um dia nunca desistiram de voltar. Mas as coisas que fazem lembrar, de tudo que eu já fui um dia não são mais, como eram há um tempo atrás.
  De todas as coisas que ouvi procurando não acreditar, sem conseguir evitar, as velhas lembranças jogadas pra trás, regrediam em desejo de ter tudo de volta em seu lugar. Enquanto me recordo de todas as palavras que você me falou, não posso fazer nada além de ficar onde estou, a espera do próximo trem passar.
  To tentando não acreditar nem pensar, em não conseguir reencontrar... Tenho muito a concertar, me espera, eu vou voltar.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A primeira vez que eu te vi chorar




O abraço, um leve deslizar de dedos pelos cabelos, o cheiro, o beijo.
Um sussurro, suspiro, a cintura, meus braços.
Punhos, os olhos fecham, o vestido amassa, o blazer no chão eu deixo.
A noite, no relento, o sereno, na ponta dos pés, a curva da coluna, estrelas, no céu meus traços, as mãos entre laços.
O sorriso tenta, esconde, teus olhos, o desconfio.
Me envolve, mais uma vez, a nuca, o calafrio.
Movimentos, lentos, palma da mão, metal nobre, teu dedo, agora ela tem um pedaço, vestígio, do meu coração.
A lagrima, escorrega, eu deixo, molha meu peito, o brilho dourado, cala a noite, o abraço, um leve deslizar de dedos pelos cabelos, o cheiro, o beijo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

São só palavras




São só palavras quando se diz respeito de um futuro, quando se diz respeito de uma opção, comparação, do que se tem ganhar ou perder, arriscar ou manter.
São só palavras quando teu pensamento mantem confusão, desejos se tornam ilusão, você pensa e repensa como de costume mas, não chega a nenhuma conclusão. Sozinho talvez por opção? Não me vejo na condição de levar isso em consideração.
Foram só palavras quando disse que sentia algo por ela, pois tudo foi resumido com um teclado, mouse e uma tela. Foram só palavras, porque eu percebi que tinha certeza de somente uma coisa naquele momento, que eu queria estar com ela.
São só palavras quando se diz respeito de um futuro, quando se diz respeito de uma opção, comparação, do que se tem ganhar ou perder, arriscar ou manter, o que eu sentia por ela com palavras eu não conseguiria esconder.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Olho num futuro




O que a professora e os alunos interpretaram como mau humor não era senão a firmeza de espírito que só existe naqueles que antes tarde do que nunca, encontraram um objetivo para suas vidas e o perseguem com a ferocidade causada pelo tempo desperdiçado em vão.
O que possibilitou a certeza marcada pela convicção, imune de qualquer ação de intervenção, foi a desilusão causada pelo tempo de convívio; quanto mais os homens pensam, menos eles falam, sua ultima conclusão antes de expressar opinião, que um publico armado naturalmente com sete pedras na mão, assacinou em suas palavras o companherismo ou a justiça, mas o deixou permanecer na companhia da solidão. “Um copo profundo, pouca água; varias taças, transbordando, rasas.”
Mantinha planos em disputa de um auto-controle matemático, mas em reações aceleradas de química, onde explodiam idéias mapeadas de um futuro que permitia o sentimento realizador a ele só por criatividade imaginária, ou previsão, pois ali não traçava apenas objetivos, latente emoção; O difícil não é simplesmente ganhar dinheiro, difícil é ganha-lo fazendo algo que realmente vale a pena. Uma ambição silenciosa que os bobos não vêem, mas que consome por dentro e “cala” os sábios.
Ele tinha planos pra compartilhar, experiência a avaliar, só se sentia em condições de falar com naturalidade quando abordava que o ano estava prestes a acabar, fechava suas palavras num calabouço durante semanas que se transformavam em bimestres, até elas se envenenarem em solução possível.
O que interpretaram como mau humor não era senão a firmeza de espírito que só existe naqueles que encontraram um objetivo para suas vidas, que o perseguem com a ferocidade causada pelo tempo desperdiçado em vão.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Uma dose de conteúdo porfavor




Minha individualidade permite selecionar minhas companhias, idas e vindas, amizades... permite deixar tocar a musica que me vem ao gosto momentâneo disparado, acelerado ou calmo dependendo do meu breve riso que só aumenta alguns centímetros o canto de minha boca sem mostrar os dentes ou a sobrancelha que repousa mais próxima de meus olhos quando demonstram interesse.
O que menos me preocupa é o que outras pessoas estão achando da minha falta de interesse que encontra os olhos de quem se incomoda com o fato de quem recebe mais atenção em silencio. Numa noite passada por um impulso imaginário o que menos me preocupa, preocupou; quando diante dela eu fiquei, perdendo palavras que um grande vocabulário e guardei cometendo desuso de assuntos vastos, em troca de desconcentração recebi o claro ruivo de cabelos que tocavam meus olhos escuros castanhos envermelhecendo-os.
O beijo que nela eu dei minimizou-se quando na sinceridade eu percebi a diferença que havia nela somente no modo que ela insistia em me tratar sem mudar nenhum ponto ou virgula da pessoa que entes eu passava só a admirar e hoje me perdia em sua boca, mas, não só no beijar, sim em quando assunto nós tínhamos a tratar, “conteúdo” literalmente explicito e dessa vez não mais somente olhar ou cantar, oferecer um drink ou a sua roupa elogiar, era o interesse presente, onde eu já imaginava no outro dia poder ligar.
Se ambas as notas de uma melodia fossem iguais nem grassa haveria, a sintonia de cada nota que se diferencia uma da outra é que apresenta a armonia. Cansar de ouvir muitas gurias quando se procura companhia é mais que normal, o físico limitou o conhecimento, ultimamente o que vejo é que se pararem de beijar o silencio toma conta e é o único que flui no ar, elas que eu passava a admirar se calam por não ter o que falar.
Talvez os meus motivos eu nem precise explicar, o porque do lado dela eu quero ficar, o que eu procurava diante da escacez deixava de brilhar, mas, eu fui ao seu encontro, de quebra alem de tudo, conteúdo, beijo, abraço, carinho, atenção...ainda no dia seguinte o que ela causou na minha mente podia ser visto no vermelho do meu olhar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Admirável solidão




Eu a vejo de segunda a sexta, todo final de aula, ela segue o meu trajeto, dobra três quadras antes da minha casa, a alguns metros atrás a acompanho todo dia, passos rápidos, silenciosos, meus fones de ouvido, minha camisa xadrez, seus cabelos lisos, a noite, imaginando me apresento quando me dou conta a perco de vista mais uma vez.
Já me peguei em coragem de meus passos acelerar, algum assunto com ela começar... recuo mesmo antes de meu rosto levantar; tenho esse costume, minimizar minha aparência, cabeça baixa, me permite andar sem de mim ninguém caçoar, já me basta no meu emprego grosseiramente lembrar... fui já elogiado pela educação, esqueci de comentar que ali sou profissional e não um espelho que pede opinião.
Meu consciente diz: vá em frente, meu subconsciente mostra minha imagem em minha frente, onde eu lembro da ausência de beleza então; argumentos em excesso, postura de requinte, um garoto de 17 anos que tem controle de toda e qualquer emoção, mas, se rende pela solidão que acompanha com o olhar.
No corredor com ela as vezes eu tenho de cruzar, sempre a me desviar como se procura-se alguma moeda no chão; Numa rotina eu sigo, em amizade de solidão, sinto falta apenas de soltar palavras acumuladas, talvez dar algumas risadas, mas, não encontro ninguém com assunto que se expanda alem de balada, futebol, carro ou “cervejão”. Onde riem de pessoas menos bonitas não se encontra vocabulário, em muitas ocasiões nem mesmo educação. Pra aparência a mente sede nota 10 quando mente.
Eu a vejo de segunda a sexta, todo final de aula, tenho conteúdo, mas esqueci de acrescentar a minha bagagem, coragem ou minha própria valorização.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Não era mais uma ausencia




E mais uma vez sentiace a falta daquele suspiro de quem pensa quando age, aquele olhar de quem examina antes de dar opinião, daquele toque com ausencia de calor, do silencio que cala até o professor. Normalmente pareciam ser vagas passagens, lapsos de lembranças, ou até, reconhecimento do presente, ou apenas simples desvios de olhar de quem não queria dar explicação.
Desta vez, o vento alem de gelado humideceu, o dia ficou escuro, o fim da tarde trocado pelo amanhecer, os cabelos loiros pelos castanhos, os olhos verdes pelos marrons, frases verdadeiras por jemidos dentre corpos a noite inteira. Enquanto o filme rodava, ele ainda relembrava o roteiro da cena anterior. Talvez se os permiticem solidão, a ultima pessa de roupa cairia ao chão. Um aperto no peito que se enrolava com a lingua em cada beijo. Uma noite esquecida, fora daquele portão deixou quem ele dizia ser sua vida. Só com o primeiro galo a cantar recoonheceu ser traição, mas, de nada se arrependeu e ainda sentia a pele dela em sua mão.
Ela sentiu sua falta. No trabalho enquanto a equipe introduzia um debate, ele fazia sua parte, multiplicando seu tempo que na hora exata o pedido foi entregue, o cliente foi conquistado e o ologiu foi dado. Apesar de mil motivos que o levavam a distração, não deixava de lado sua ambição que hoje se transformava em um escudo que tinha um segredo a guardar.
Quem não compreende um olhar tão pouco compreendera uma longa explicação, não era de cansaço que ele permaneciaos fechados então.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Vide Bula




Repeti no mínimo cinco vezes em cada aula de como não desejar que as coisas sejam como eu quero que sejam, sempre tirando conclusões precipitadas, na introdução já imaginando um final, seja ele feliz ou não. Na verdade acho que nunca estamos preparados pra o que esperamos que aconteça. Despreparados pra um possível “pra sempre” inseguros de nossa capacidade.
É essa a segurança que elas precisam, que se vire as costas hoje não acreditando que amanha vai estar tudo bem, mas, que depois e depois e depois de amanha vai estar tudo bem. Que você ligue na mesma noite pra combinar o que vão fazer no dia seguinte, ou no próximo encontro e não na semana que vem pra dizer que esta com saudades só quando ela realmente aperta sua carência. Eu não tento desvendar as necessidades ou desejos das mulheres, mas sim, porque os guris vão contra as deles.
Suas atitudes lhe darão pistas suficientes pra desvendar os próximos encontros, os próximos beijos, abraços, quartos; Na verdade acho que não estamos preparados pra o que esperamos que aconteça. Daqui não me sai mais nada hoje, relembro a cada minuto a receita que me deram, se o amor é contagioso, estão todos vacinados.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hora pra amanhecer




Atrasado, na corrida contra o tempo em passos largos e rápidos sair, em casa despedir, no ônibus subir, respirar com falta de ar, a gripe relata numa desculpa esfarrapada, mãos geladas, comprar a passagem só de ida, não tinha hora pra voltar, o motorista da a partida, a paisagem admirar, em algumas horas cansar de o relógio espiar.
No fim da tarde, o celular tocar, vem me buscar, te esperar; sentado num banco de uma praça tentado se situar, pra que lado olhar, a surpresa que vinha buscar.
Atravessar a rua, encontra, abraça, toca, aperta, da a mão, sorriso, abraça de novo, foi pra casa então; se apresenta, escuta piada, com um riso preparado a recebe, pois, já o haviam avisado; ainda rindo do comentário, já com o lugar familiarizado, com a licença se acomodar. As horas em segundos com o café passar, acompanhado agora com ela sair, despedir, com prazer por conhecer o que já ouvia os melhores elogios. Já sentia falta quando na rua o vento deu seus primeiros assobios; por tardes, dias, meses, se esperava aquela oportunidade com ansiedade, sem piedade roubaram a felicidade, usaram somente para si até amanha seguinte pensar em devolver, na noite em claro passar juntos, dormir só ao amanhecer, se adiantavam no ônibus em pensamento como seria cada momento.
O vidro embaça, desenhos se formam, letras num conjunto da brisa num par, mãos no ar, que aproveitam o momento a se juntar, de congeladas começaram a soar, as luzes se apagam, em sua ausência, a lua perdia seu brilho com aquele olhar.
Um show os esperava, depois das apresentações em suas casas e o vento, o único que os acompanhava, soprava forte, no toque da moto no acelerador.
A fila por uma quadra se estendeu, propositalmente o frio aumentava pra que as mãos na substituição do cansaço estavam a envolver, mas um segredo não podia esconder, mesmo antes de tudo começar, a banda se apresentar, logo ia amanhecer.
Naquele ambiente, se encontrava inerente, no meio de tanta gente. As vezes dentre os braços, com um encaixe em seu pescoço a musica silenciava, a perna intacta embalava, solicitava seu olhar, seus lábios naquela noite ele imaginou pela primeira vez tocar, multipliquei infinitas vezes a calcular.
Até os primeiros raios de sol o céu tocar, não havia hora pra voltar.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Passatempo





Eu concerto instrumentos, velhos, usados, lixo, abandonados. Grande vibração seria como gratidão, exibem seu ritmo com a sintonia em meus dedos, minhas mãos;
Riscos delimitam aparência, perdendo o brilho ao tempo, desbotar, quebrar, rachaduras, detalhes a arranhar... Imortais, descontrolados, melodramáticos, complexidade eu relato, simples fato;
Não vejo meu dia passar, o café esfriar, tentando acompanhar o embalo num novo violão, reconstruído, ainda sensível pelas reformas, com ressonância tremer até com o som do piscar de olhos, sem recorrer as notas, reconhecer em admiração, eu tenho habilidade nas mãos.
Eu concerto instrumentos, detalhes não vão para o texto, permaneça talvez na curiosidade, poder me acompanhar, juntos executar mais uma nova canção, num velho violão.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uma nota a cima




Ele tocava num ritmo calmo, numa melodia vagarosamente detalhada por acordes de um violão velho e uma gaita enferrujada, depois daquele fim de semana, que ainda no corpo há lama, daquela tarde dedilhando no computador, do barulho do ônibus ainda esquentando o motor, do horizonte, vales e montes, do bom dia pela manhã, daquela lanchonete, dividir o chiclete, do café; o ritmo acelerou, a melodia se caracterizou num balanço agitado suave que entrava em tom perfeito ao blues dos sopros em notas pela boca.
Não mais se ouvia cantar uma musica, ouvíamos se apresentar em melodia, que deixava dedicação a ela, o que aguçava ouvidos dos mais surdos que fossem, mais limitados ou enjoados, paravam para ouvi-lo no violão confessar o que o fazia sorrir aumentando os tons com brilho no olhar, podia ver a grama verde ainda das trilhas com ela a acompanhar.
Sem precisar prometer que do lado dela ele ia ficar, mesmo que fosse só a lembrar, era pra ela, aquelas melodias somente ele sabia tocar, um violeiro não pode parar, por ela nas musicas ele sempre estava a cantar, mesmo com a distancia os separar.
Com frases pelo monitor, com olhares distantes pelo corredor, o celular, a lembrança do toque de sua mão, as fotos salvar, na lembrança deixar, surgir novas canções; o que fazia o ritmo vagarosamente desacelerar, apesar de calmo voltar a ficar, não era mais o mesmo, pois a partir daí então, era somente pra ela que o velho violeiro permanecia insistentemente a cantar, na melodia suave tocar.
Na calma, ele guardava sentimentos que nem em mil telas de monitor se poderia mostrar.