terça-feira, 17 de julho de 2012

E se conseguir mentir pra si mesma


  

  Estivemos perto de mais, por tempo de mais, ocasionalmente de mais, pra acreditar em ironias de destino, não escolhemos e nem desejamos conscientemente nossos encontros, evitaríamos se recebêssemos qualquer notícia sobre um do outro.
Tentamos tantas vezes excluir nossas histórias de nosso passado juntos, evitamos qualquer tipo de lembrança, qualquer rabisco de desenho ou disco quebrado da estante que substituiu por poeira nossos porta-retratos. Acabou que, desconfortáveis com a ilusão da rotina, atraímos com repulsa, mais um confuso encontro, encontro esse que serviu de certeza pra tu decidir com convicção, se basear na mentira de que resistiremos, a ponto de nunca mais nos aproximarmos o suficiente pra que lábios se toquem, nunca mais se conformaria com as desculpas ou erros da única pessoa que se poderia acreditar nas palavras, que sem provas, soavam com a mais pura sinceridade e confiança, agora baseadas em lembranças danificadas pelo tempo. Mentindo visivelmente pra si mesma foi capaz de se despedir, querendo acreditar que não nos veríamos mais, tive por alguns segundo vontade de rir sugando a ironia desacreditada de um destino que provoco e acredito não existir.
  Das poucas palavras que entendi discordei, ignorante pra chuva minha atenção desviei, enquanto ela procurava relembrar os erros que cometi, pois, nada daquilo me importava, do contrario eu não devia estar ali, nunca disse que dela eu desisti.
  Pra quem concorda que uma segunda chance já é demais, é torturante pedir perdão e insistir atenção na historia que eu queria contar, se eu disse-se que não sabia o que era amor não bastaria, pois agora que sinto, descobri que não ha palavras que se possa utilizar pra provar.

sábado, 23 de junho de 2012

Final de junho





  Nas vezes que eu te vi, tu o tempo todo sorria, tava sempre com companhia, sempre com um copo em mãos, bem vestida, lembro que tu dizia gostar da minha gola rasgada, do chapéu... tava lá eu sempre na sacada, tentando adivinhar que roupa tu usava, antes de sairmos pra jantar ou apenas sentar num bar; continuo aqui, como um perfeito idiota a relembrar, enquanto fico a te espiar, vigiar, acho que nem vim pelo show, apenas queria te ver, te cuidar, um pouco mais.
  Ouço risos, afinal, um tanto estranho, num ambiente como este, trazer qualquer tipo de presente. Mandei mensagem no teu celular, vim de longe esperando tu me responder, por ironia a bateria da sinal de que vai acabar.
  Tu nem suspeita, além do cartão também tenho um desenho, esboço molhado, choveu o dia inteiro, tão cafona... elas vão dizer, mas, eu sei o que tu quer, mesmo sem querer.
  Talvez elas tenham razão, eu seja apenas um garoto... um garoto com uma rosa na mão.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A promessa



  Não vou impedir as festas, as doses que o garçom traz na tua mesa, não vou impedir a falsidade dos teus amigos, a ignorância dos teus pais, não vou impedir que tu fique noites em insônia, te lembrar de por cadeado no portão, não vou impedir a solidão do teu jantar ou da tua sacada que nem vai mais abrir quando o inverno chegar, não vou impedir que tu acredite nas promessas de um guri qualquer, talvez tu vai pensar que ainda pode se apaixonar, não vou impedir nada disso.
  Perdi a noção do tempo e espaço, seguindo teus paços, andando nos estilhaços, pisando nas tuas garrafas vazias, e quando em coma alcoólico, no leito do hospital tu precisar repousar, eu vou me sentar ao teu lado, passar a noite em claro, cochichando no teu ouvido: - Não importa onde você vá, o quanto vai caminhar, tu não vai se livrar de mim.

terça-feira, 17 de abril de 2012

SALVE




-O que eu vou mudar?
-No mundo, na sociedade ou ao meu redor...?
-O que eu vou mudar?
Talvez nada; não faço nada por nada, mas, posso fazer por aquele olhar.
É injusto ficar enjaulado, trancafiado, ter a liberdade privatizada, pois é, mas, mais injusto é passar fome e por causa da coleira ser impedido de ao menos se alimentar por si só; injusto sentir sede por dias, injusto estar sujo e com somente a língua tentar se limpar, enfrentar a chuva e não ter teto, se enrolar no inverno... sentindo dor não conseguindo falar.
Injusto, mas, eu posso... eu posso ir até a torneira e com água no seu pote voltar, posso, no mínimo, com algumas sobras de comida tua fome saciar, te soltar as vezes pra uma ou duas voltas no pátio tu correr ou brincar, enquanto eu vou no Google pesquisar se tua urina mata plantas ou “postes”, talvez com criatividade, um calo na mão, ou até uma caixa de papelão um teto pra ti arranjar, pediria de mais uma mangueira e um sabonete?...
-Eles, realmente, não precisam de muito.
Sentem muito, por muito sentir.


Tudo ao teu redor ta em constante mutação, pare, pense, faça. Tu pode sim mudar algo. ANIMAIS SÃO AMIGOS. SALVE VIDAS.

Ou esqueça... apenas dirija, vá ao trabalho, volte com seu carro e senta a bunda na cadeira, abre uma cerveja, que a REALIDADE vai passa agora, às 20 horas no Jornal Nacional.

sábado, 24 de março de 2012

O cego teimoso




Que horas são?
Meus olhos ardem...
Vermelhos.
Os pés inquietos
E essas mãos tremulas?
Vou me sentar aqui.
Ela disse que gostava do meu sorriso torto
Da minha barba áspera
Do jeito como eu mecho com a pulseira marrom no pulso direito; (risos)
Nem eu sabia disso...
Das minhas mãos sobre as pernas cruzadas;
A sobrancelha torta
Barbaridade cara;
Eu fui capaz de ouvir seus olhos sussurrarem nos meus ouvidos frases completas.
Quantas vezes eu me perguntei... quantas vezes.
Eu amo o jeito que ela me olha.
Olhava.
Vou tomar água...
Uma cena nítida é repetida:
Um coração batendo
Uma faca perfura lentamente com giros em 360º
Navalhas executam pequenos cortes
365 dias no ciclo inicial do processo
Com a mesma navalha;
(risos)
Uma dor sentimental traduzida em palavras?
Maldita hora para um “wish you a here”
É uma vitrola mental.
Onde ta o pause?
Eu me recordo tão bem...
E se eu pudece começar de novo?
A alguns km daqui...
Na minha mente, eu te manipulo
Teu sorriso me pertence, só a mim.
Te disse que eu era egoísta.
Quando você disse que me amava...
Vou me deitar;
01: 47 am.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

17 de fevereiro




Primeiro minuto de 17 de fevereiro de 2012, o celular toca, ouço o sussurrar de uma voz delicada da qual não consegui identificar, nem entender quais palavras ali eram ditas, mas, senti como se alguém ali estava comigo querer algo comemorar, como uma tempestade inesperada a alegria bateu contra meu peito, por alguns segundos... No segundo minuto como num pause de fita tape, não ouvi voz, sussurro algum; senti a presença de ninguém. No ultimo soprar de vento encharcando meu peito agora, estranhamente uma intensa sensação de vazio. Acordei, chequei com esperança o celular. Não havia nada... - Que sonho estranho/comentei; quis disfarçar; meus olhos durante a noite passada não consegui fechar.
Sentado na minha cama de silencio, eu que guardo tudo pra mim, agora, fraco o suficiente pra deixar esse texto sair, estas palavras são uma só gota da tempestade que acabei de enfrentar, agora tenho muito a reparar.
Boa noite.

- Quem falou comigo em 1993?...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não escrevo mais...