Nas vezes que eu te vi, tu o tempo todo sorria,
tava sempre com companhia, sempre com um copo em mãos, bem vestida, lembro que
tu dizia gostar da minha gola rasgada, do chapéu... tava lá eu sempre na
sacada, tentando adivinhar que roupa tu usava, antes de sairmos pra jantar ou
apenas sentar num bar; continuo aqui, como um perfeito idiota a relembrar,
enquanto fico a te espiar, vigiar, acho que nem vim pelo show, apenas queria te
ver, te cuidar, um pouco mais.
Ouço
risos, afinal, um tanto estranho, num ambiente como este, trazer qualquer tipo
de presente. Mandei mensagem no teu celular, vim de longe esperando tu me
responder, por ironia a bateria da sinal de que vai acabar.
Tu nem suspeita,
além do cartão também tenho um desenho, esboço molhado, choveu o dia inteiro,
tão cafona... elas vão dizer, mas, eu sei o que tu quer, mesmo sem querer.