segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hora pra amanhecer




Atrasado, na corrida contra o tempo em passos largos e rápidos sair, em casa despedir, no ônibus subir, respirar com falta de ar, a gripe relata numa desculpa esfarrapada, mãos geladas, comprar a passagem só de ida, não tinha hora pra voltar, o motorista da a partida, a paisagem admirar, em algumas horas cansar de o relógio espiar.
No fim da tarde, o celular tocar, vem me buscar, te esperar; sentado num banco de uma praça tentado se situar, pra que lado olhar, a surpresa que vinha buscar.
Atravessar a rua, encontra, abraça, toca, aperta, da a mão, sorriso, abraça de novo, foi pra casa então; se apresenta, escuta piada, com um riso preparado a recebe, pois, já o haviam avisado; ainda rindo do comentário, já com o lugar familiarizado, com a licença se acomodar. As horas em segundos com o café passar, acompanhado agora com ela sair, despedir, com prazer por conhecer o que já ouvia os melhores elogios. Já sentia falta quando na rua o vento deu seus primeiros assobios; por tardes, dias, meses, se esperava aquela oportunidade com ansiedade, sem piedade roubaram a felicidade, usaram somente para si até amanha seguinte pensar em devolver, na noite em claro passar juntos, dormir só ao amanhecer, se adiantavam no ônibus em pensamento como seria cada momento.
O vidro embaça, desenhos se formam, letras num conjunto da brisa num par, mãos no ar, que aproveitam o momento a se juntar, de congeladas começaram a soar, as luzes se apagam, em sua ausência, a lua perdia seu brilho com aquele olhar.
Um show os esperava, depois das apresentações em suas casas e o vento, o único que os acompanhava, soprava forte, no toque da moto no acelerador.
A fila por uma quadra se estendeu, propositalmente o frio aumentava pra que as mãos na substituição do cansaço estavam a envolver, mas um segredo não podia esconder, mesmo antes de tudo começar, a banda se apresentar, logo ia amanhecer.
Naquele ambiente, se encontrava inerente, no meio de tanta gente. As vezes dentre os braços, com um encaixe em seu pescoço a musica silenciava, a perna intacta embalava, solicitava seu olhar, seus lábios naquela noite ele imaginou pela primeira vez tocar, multipliquei infinitas vezes a calcular.
Até os primeiros raios de sol o céu tocar, não havia hora pra voltar.

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