segunda-feira, 14 de junho de 2010

O negativo do filme



Era um homem muito reservado, e as vezes eu achava que o mundo e as pessoas haviam deixado de lhe interessar.
Me vejo estagnado, parado nesse tempo, as cenas continuam em execução, pelas ruas repletas de gente sem rosto, é uma cidade vazia, eu ando vazio...
A vitrola ainda toca, o violão protege-se com uma camada de poeira no canto do meu quarto, a gaita enferrujou, os livros cairam no lago, o café esta no estado vizinho...
De tanto pensar na morte, Julian achava que havia conseguido encontrar nela mais sentido que na vida.
- Quando morrer, tudo o que é meu será seu – ele costumava dizer. – Menos os sonhos.
Não tinha o direito de amar ninguém, merecia estar sozinho.
Julian nunca disse o porque.

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